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Repensando o Sucesso Profissional: A Nova Geração e o Futuro do Trabalho

  • Foto do escritor: Carolina Dostal
    Carolina Dostal
  • 30 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Nos últimos anos, tenho observado uma mudança significativa na forma como as pessoas, especialmente os mais jovens, encaram o sucesso profissional. Essa transformação está redefinindo o ambiente corporativo e nos fazendo questionar conceitos que há muito tempo considerávamos estabelecidos. Quero me aprofundar nesse assunto tão atual e relevante para todos nós.


A Geração Z e a Redefinição de Sucesso


Dados surpreendentes evidenciam as ambições profissionais da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010). Diferentemente das gerações anteriores, que muitas vezes associavam sucesso a cargos de liderança, os jovens de hoje parecem ter outras prioridades.


Um levantamento realizado pela plataforma CoderPad revelou que 36% dos trabalhadores da geração Z não têm como objetivo assumir uma função gerencial. Como CEO, pai e mentor, isso me fez refletir: o que essa geração realmente busca em suas carreiras?


As principais ambições apontadas por eles são:


Passar tempo com a família e amigos (67%)


Ter saúde física e mental (64%)


Viajar (58%)


Esses números mostram claramente uma mudança de valores. Para muitos jovens, a qualidade de vida e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal são mais importantes do que escalar posições na hierarquia corporativa.


O Fenômeno do "Quiet Ambition"


Essa tendência ganhou até um nome: "quiet ambition" ou "pouca ambição", em tradução livre. Mas será que realmente se trata de falta de ambição? Na minha visão, é mais uma redefinição do que significa ser bem-sucedido.


Marcelo Treff, especialista em gestão de carreira, explica: "Os jovens da geração Z têm se revelado menos ambiciosos e competitivos que as gerações anteriores, sobretudo a Y (nascidos entre 1981 e 1996) e a X (nascidos entre 1965 e 1980), pois priorizam trabalhar em projetos ou atividades que gostam. Tendem a ser práticos e têm a ideia de que o trabalho não deve prejudicar a vida pessoal".


O Impacto nas Organizações


Essa mudança de mentalidade está forçando as empresas a repensarem suas estruturas e políticas. Se os jovens talentos não estão interessados em cargos de liderança tradicionais, como garantir a continuidade e o crescimento das organizações?


Um estudo da Visier mostrou que apenas 9% dos jovens colocam como prioridade se tornar um gerente de pessoas, e somente 4% almejam ser um executivo de alto escalão. Esses números são um alerta para as empresas que precisam se adaptar para atrair e reter talentos.


Saúde Mental: Uma Prioridade Crescente


Outro aspecto crucial dessa transformação é a ênfase na saúde mental. Dados alarmantes mostram que 33% dos colaboradores avaliados apresentam algum tipo de transtorno mental em nível severo ou extremamente severo. Isso não é apenas um problema individual, mas também organizacional.


As empresas estão começando a entender que a saúde mental dos funcionários tem um impacto direto na produtividade e no sucesso do negócio. Doenças mentais geram um impacto econômico global de cerca de US$ 1 trilhão em perda de produtividade.


O Que as Empresas Podem Fazer?


Diante desse cenário, as organizações precisam se adaptar. Algumas ações que podem ser implementadas incluem:


Flexibilidade no trabalho: Oferecer opções de trabalho remoto ou híbrido.


Programas de bem-estar: Implementar iniciativas que promovam a saúde física e mental dos funcionários.


Desenvolvimento de carreira personalizado: Criar oportunidades de crescimento que não necessariamente envolvam cargos de liderança tradicionais.


Cultura de comunicação aberta: Incentivar o diálogo e a expressão de ideias e preocupações.


Reconhecimento e valorização: Implementar sistemas de reconhecimento que não se baseiem apenas em promoções hierárquicas.


Minha Visão Pessoal


Como alguém que acompanha de perto as tendências do mundo do trabalho, vejo essa transformação com otimismo. Acredito que estamos caminhando para um ambiente corporativo mais humano e equilibrado.


É claro que ainda há desafios. As empresas precisam encontrar maneiras de preencher posições de liderança e garantir a continuidade dos negócios. Mas talvez seja a hora de repensarmos o que significa ser líder e como podemos criar estruturas organizacionais mais horizontais e colaborativas.


Para mim, o mais importante é que estamos finalmente priorizando o bem-estar e a realização pessoal. Afinal, passamos grande parte das nossas vidas no trabalho. Por que não tornar essa experiência mais significativa e gratificante?


A mudança de perspectiva trazida pela Geração Z sobre o sucesso profissional e a crescente preocupação com a saúde mental no trabalho são sinais claros de que estamos vivendo uma transformação profunda no mundo corporativo.


Como profissionais, líderes e organizações, temos a oportunidade de construir um futuro do trabalho mais equilibrado, saudável e significativo. É um desafio, sem dúvida, mas também uma chance incrível de criar ambientes de trabalho que valorizem o ser humano em sua totalidade.


E você, o que pensa sobre essas mudanças? Como vê o futuro do trabalho? Adoraria ouvir suas perspectivas e experiências.


Por Newton Queiroz, um dos 10 CEO’s mais inspiradores de 2022, segundo levantamento da C-Level Focus, mídia global especializada em gestão. Newton também foi eleito CEO de destaque no Brasil pela “CEO Montlhy”, veículo global ligado a pesquisa e análise de executivos seniors em todo mundo.

 
 
 

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